Nureen pelo Egito

Diario de viagem de Nureen Hayat

quarta-feira, 24 de março de 2010

Templo de Philae

Por sua localização muito próxima à fronteira da Núbia, a ilha de Philae teve importância militar para os egípcios desde a antiguidade.

Acredita-se que houve estruturas religiosas mais antigas, mas os primeiros remanescentes destas edificações Philae datam do século quarto a.C., quando pelas mãos do faraó Nectanebo – da última dinastia antes da invasão grega - foi erguido um quiosque em homenagem a Isis.
O mito egípcio reza que quando Seth assassinou seu irmão Osiris, retalhou seu corpo e lançou pedaços ao longo do Nilo. Isis, esposa de Osiris percorreu o Egito procurando as partes do corpo de seu marido para ressuscitá-lo, e haveria encontrado na distante ilha de Philae o coração de seu amado.




Outra tradição diz que em certa ocasião o deus Amon voltou sua ira contra os egípcios e ordenou a sua filha Hathor percorrer o país na forma de uma leoa destruindo tudo o que encontrasse. Após seguir sua ordem de destruição por algum tempo, Hathor haveria finalmente aplacado sua fúria e repousou em Philae.
Eis porque os templos da ilha, construídos na era Ptolomaica são especialmente dedicados a estas duas divindades.





Com o advento da conquista romana, os imperadores permitiram a continuidade da religião, e Trajano inclusive inaugurou um novo pavilhão no templo. Os humores, entretanto, mudaram com a chegada do cristianismo, mas mesmo quando todos os templos da antiga religião foram fechados, Philae permaneceu aberto: conta-se que os sacerdotes alegaram que Isis nada mais era do que uma das formas da Virgem Maria para manter o templo ativo.

No século V, por fim, foi ordenado o encerramento do culto de Isis, e a ilha foi colonizada por um assentamento de cristãos, convertendo o antigo templo em igreja, e desfigurando boa parte das imagens de deuses e faraós da antiguidade.




Em um dos bem preservados relevos no interior do templo, há uma cena bastante intrigante, em que Isis amamenta seu filho Horus, sentado em seu colo, uma cena muito semelhante às pinturas da Virgem Maria alimentando o menino Jesus.
Com o advento da construção da represa de Aswan, a Ilha de Philae foi submersa, mas com ajuda internacional o templo foi desmontado e remontado pedra por pedra na ilha de Agilkia, há poucos metros de sua localização original.

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